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Segurança
Segunda - 13 de Março de 2006 às 17:24
Por: escritor

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Grande parte das 2,9 milhões de consultas mensais que o Google recebe nos Estados Unidos corresponde a uma curiosa e perigosa moda: obter dados sobre a vida privada, profissional e sobre os gostos de outras pessoas.Segundo David Holtzman, analista em privacidade de dados na Internet e diretor da GlobalPOV, o fenômeno "começou há uns dois anos nos EUA, mas posteriormente foi se espalhando por outros países".

Nos EUA, o país com o maior número de internautas do mundo - 195 milhões -, o novo hábito nacional, conhecido popularmente como googling, tornou-se tão comum que até a publicidade incentiva o público a googlear para saber mais.

Para muitos, o Google se tornou uma forma de encontrar um parceiro já que, além de facilitar a descoberta futuros pretendentes através de seu famoso site de relacionamento, o Orkut, a ferramenta de busca torna possível a obtenção de maior informação sobre os "felizardos".

Além de servir ao relacionamento, o mundo do Google também é útil para os pais que procuram informações sobre seus futuros genros, e chefes que querem saber o que costumam fazer seus subordinados.

Jonathan Zittrain, um dos diretores do Centro de Internet e Sociedade da Faculdade de Direito da Universidade de Harvard (EUA), destacou em um relatório que é preciso levar em conta essa nova realidade. "Colegas de trabalho e amigos podem ter acesso a dados de nossa vida que acreditávamos serem secretos", indica.

O que originalmente era limitado a pessoas famosas e estrelas de cinema se tornou o pesadelo de milhares de pessoas anônimas que vêem sua vida privada passar de um computador para outro com a rapidez de um clique.

"Antes, só apareciam no Google pessoas famosas. Hoje, no entanto, qualquer informação pessoal pode aparecer no computador de alguém que nos procure no Google", afirmou Holtzman.

Durante os últimos anos, o uso da Internet ganhou tanto espaço na sociedade americana que é simples encontrar na rede todo tipo de dados pessoais, que vão desde gostos até informações da conta bancária ou do patrimônio de uma pessoa.

O analista acredita que "a maior parte das pessoas não sabe que seus dados particulares aparecem na Internet. Além disso, há o problema real de não se poder dizer ao certo se os dados que aparecem na Internet são verdadeiros ou não".

Nos EUA, é freqüente que a imprensa esteja atenta a altos executivos e empresários, e no ano passado o presidente executivo do Google, Eric Schmidt, foi usado como exemplo, através de uma pesquisa à página News.com que exemplificou como é fácil encontrar informação pessoal no site.

O executivo do Google não se manifestou ao ver publicada sua fortuna pessoal, mas como disse Holtzman, "as pessoas terão que se acostumar à idéia de que outras pessoas possam conhecer mais sobre sua vida do que gostariam".

Entre a comunidade de usuários de Internet, é comum afirmar que "o que não aparece no Google, não existe", por isso a rede de busca gera um enorme volume de informação que supera mecanismos de controle para assegurar a privacidade dos dados.

"A própria natureza da Internet torna difícil que isso seja regulado. Além disso, o uso dessa informação é legal, já que nos EUA não existe uma legislação relativa à proteção de dados como acontece na Europa", acrescentou o diretor da GlobalPOV.


Fonte:EFE





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