Hacker pode ir para a base de Guantânamo

O britânico responsável pela "maior invasão a computadores militares de todos os tempos" será julgado em maio. O advogado Edmund Lawson disse à corte de magistratura Bow Street, em Londres, que os Estados Unidos buscam "vingança administrativa" contra o seu cliente, Gary McKinnon, por expor fraquezas embaraçosas na segurança norte-americana. Ele pode parar na Base de Guantânamo, em Cuba.

McKinnon é acusado nos Estados Unidos por se infiltrar em sistemas do Pentágono, do exército, da marinha e da Agência Espacional Norte-americana (Nasa), causando um prejuízo de US$ 700 mil em danos a sistemas de defesa e tornando computadores inoperantes em uma estação de artilharia naval em uma época crítica após os ataques do 11 de setembro. O hacker teria invadido os sistemas em busca de informações sobre discos voadores e extraterrestres, supostamente ocultadas pelos Estados Unidos.

Lawson argumenta que Bush não iria se restringir graças à nota diplomática enviada pela embaixada americana em Londres garantindo que McKinnon não seria tratado como um "combatente inimigo". McKinnon - que se inspirou no filme "Jogos de Guerra" - ainda estaria vulnerável à "ordem militar número um", o mecanismo legal pelo qual o presidente dos EUA pode ordenar a detenção de um suspeito por tempo indefinido, ele diz.

Este risco implicaria numa quebra de direitos humanos ao extraditar McKinnon, notando que mesmo que ele não fosse enviado para o campo militar americano na baía de Guantânamo Bay, em Cuba, ele ainda poderia enfrentar uma sentença de prisão rígida. O julgamento deve acontecer até dia 10 de maio.