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Segunda - 04 de Junho de 2007 às 07:27
Por: Luiz Celso

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O Brasil deve vender em 2007 mais computadores do que aparelhos de TV pela 1a vez na história do varejo.O que é importante é que isso reflete o movimento de informatização da sociedade, e isso é um indicador do potencial de crescimento da própria economia e da produtividade de um país, disse o professor Fernando Meirelles, diretor geral da escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.

Estamos pegando este ano a primeira geração no ensino superior que foi alfabetizada na informática. E isso é bom porque não é possível incorporar uma pessoa à tecnologia somente com treinamentos em empresas, acrescentou.

O pesquisador estima que 19 por cento dos lares brasileiros têm computador, enquanto 60 por cento das residências possuem televisor. Atentas a indicadores como esse, fabricantes, redes varejistas e analistas apontam que o potencial de crescimento das vendas de PCs continua grande e mostram otimismo.

Entre 2005 e 2006, 8 milhões de pessoas passaram das classe D e E para a C. Isso é um dado estarrecedor. A classe C tem mais dinheiro, tem mais gente na classe C e temos mais crédito. É uma fórmula explosiva, disse à Reuters Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Informática, maior empresa entre os mais de 60 fabricantes de PCs registrados junto ao governo federal.

A Positivo trabalha com uma previsão de expansão média anual das vendas de computadores pessoais pela indústria no Brasil da ordem de 35,5 por cento até 2010.

Segundo as expectativas da associação que representa a indústria eletroeletrônica (Abinee), as vendas de PCs no país devem crescer 20 por cento este ano, alcançando o patamar de 10 milhões de unidades, depois de terem disparado 46 por cento em 2006, impulsionadas por crescimento econômico, financiamentos no varejo e redução de carga tributária.

Caso a previsão da Abinee se confirme, os brasileiros comprarão mais PCs do que televisores em 2007 pela primeira vez.

A média histórica das vendas anuais de televisores no Brasil está na casa das 8 milhões de unidades, e crescem em anos de Copa do Mundo, como 2006, quando foram comercializados 10 milhões de aparelhos. A expectativa da Abinee para este ano é de vendas de 9,5 milhões de televisores.

NORDESTE COM FORÇA

A expansão do mercado de PCs não se dá apenas nos grandes e tradicionais centros consumidores do país, na região Sudeste. Ela acontece também em áreas que estão obtendo melhora nos indicadores de renda, como no Nordeste.

No Extra, rede de hipermercados do grupo Pão de Açúcar, a região que abriga alguns centros de tecnologia de renome --como o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar)-- aparece com destaque nas vendas de produtos de informática.

O Nordeste está comprando muito forte. Desde o início do ano está comprando mais que todas as outras regiões do país, disse o gerente de compras da categoria informática do Extra, Avelino Nogueira, referindo-se a percentuais de expansão das vendas, sem fornecer números.

Segundo ele, aumento no poder aquisitivo e mais crédito disponível têm ajudado o Nordeste a apresentar o crescimento mais significativo de comercialização de computadores no país.

EMPURRÃO DO DÓLAR

O otimismo do setor também vem ganhando impulso com a desvalorização da moeda norte-americana, que barateia a aquisição de componentes cotados em dólar. De acordo com o analista Ivair Rodrigues, da consultoria IT Data, cerca de 85 por cento dos custos de um PC no Brasil estão atrelados ao dólar, que do início de maio de 2004 até a final de abril exibe queda de cerca de 30 por cento contra o real.

Enquanto isso, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o preço de computadores caiu 33,9 por cento para uma inflação de 13,8 por cento no mesmo período. É uma queda monstruosa no preço, mesmo considerando a característica inerente do computador que é o avanço muito rápido da tecnologia, disse Marcio Nakane, coordenador do índice de inflação IPC da Fipe.

No Extra, o PC mais vendido é um modelo básico que custa 899 reais e vem equipado com monitor e sistema operacional livre Linux.

De acordo com o gerente de compras de informática do Extra, quem compra mais é o cliente que está levando a primeira máquina da família. A idéia é comprar o básico para depois acrescentar acessórios, disse Nogueira.





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