No anúncio oficial de sua participação societária no site de compras coletivas Peixe Urbano, o empresário e apresentador de TV Luciano Huck explicou que foi atraído pelo negócio pelo “círculo virtuoso
Luciano Huck é novo sócio do Peixe Urbano

No anúncio oficial de sua participação societária no site de compras coletivas Peixe Urbano, o empresário e apresentador de TV Luciano Huck explicou que foi atraído pelo negócio pelo “círculo virtuoso” que ele gera, mas garantiu que não fará comerciais ou campanhas para o site. “É um investimento pessoal meu.”

“Se fosse um site de vender pneu, não iria me interessar, por melhor negócio que fosse”, disse Huck, em encontro com a imprensa em São Paulo. “O que eu acho legal aqui é que todos saem ganhando. O círculo virtuoso que os sites de compras coletivas tem me interessa.”

O apresentador enfatizou que é um sócio minoritário, mas não revelou o porcentual de participação – no sábado, a revista Veja informou, em site, que Huck teria 5% do negócio. Segundo Huck, a negociação começou há três meses, por conta de amigos que o apresentador e os diretores do Peixe Urbano têm em comum.

“Meu trabalho vai ser só de poder dar idéias. Não preciso fazer nada além disso porque eles são mais que competentes para tocar o negócio. Não estou aqui para fazer comercial deles, nem campanha”, garantiu.

Sem outros investimentos em empresa pontocom, Huck diz que até agora sua experiência com a Internet tinha envolvido seu trabalho na  TV. “O site do Caldeirão é bem forte. Foi um dos primeiros sites da TV Globo que deixou de ser apêndice do programa para ter conteúdo próprio há cinco anos”, ressaltou. “Mas não tenho vontade de ter outros investimentos em Internet. Isso aqui é um investimento pessoal.”

5 milhões
Huck entra para a empresa num momento em que ela busca se adequar a um crescimento acelerado – com apenas oito meses de vida, ela saltou de zero para 5 milhões de usuários cadastrados. O número de funcionários, que era de três no começo do ano, saltou para 60 em agosto e deverá fechar 2010 com mais de 300.

“No começo do projeto prevíamos que, no fim de 2010, teríamos 300 mil usuários. Esse crescimento surpreendeu a todos”, disse o sócio-fundador do site, Julio Vasconcellos. “Imaginamos que em 2011 praticamente um em cada dois internautas brasileiros será usuário de sites de compras coletivas.”

Uma das métricas do negócio que chamou a atenção de Huck foi o número de reclamações, relativamente pequeno. “A gente busca solucionar cada reclamação. Se o parceiro não resolver, a gente resolve”, explica Vasconcellos. “O Peixe Urbano mantém uma equipe com mais de 30 pessoas, cujo trabalho é resolver qualquer problema em 24 horas.”

Além disso, diante da competição - já são mais de 240 sites de compras coletivas no País -, o Peixe Urbano e seus concorrentes buscam formas de fazer evoluir o negócio. O GroupOn, por exemplo, anunciou nos EUA que vai criar áreas personalizadas para que seus parceiros publiquem ofertas de forma autônoma.

“Do ponto de vista do nosso parceiro, estamos muito focados na qualidade. Mandamos alguém do Peixe Urbano, damos treinamento, falamos com o dono. Num sistema self-service [como proposto pelo Groupon americano], você começa a perder o controle dessa qualidade”, argumenta. “Não acho que não possa ser o futuro, mas temos de chegar nesse futuro com muito cuidado.”

“A história deles é legal. Daria um roteiro bacana para um filme. Só falta o primeiro bilhão”, brinca Huck.

Febre recente no Brasil, os sites de compras coletivas como o Peixe Urbano funcionam com base no conceito de adesões mínimas. Por um período fixo – geralmente um ou dois dias –, o site publica uma oferta e a divulga entre seus usuários cadastrados. Mas, para a oferta valer, será preciso que um número mínimo de pessoas assuma o compromisso da compra.

Esse é o modelo seguido por sites como CityBest, Oferta Única, ClickOn, Oferta X, Coletivar e Clube Urbano, que representa o pioneiro GroupOn, dos EUA.

Nesse aspecto, os sites de compras coletivas se diferenciam dos clubes de compra, como o Privalia, que garantem uma quantidade mínima de produtos para cada oferta publicada. O perfil das ofertas também é diferente: enquanto os sites de compras coletivas apostam em serviços, os clubes de compra oferecem produtos, principalmente de moda.
Lançado em março, o Peixe Urbano deu início à febre das compras coletivas no Brasil e se tornou o maior site do segmento no País.

Em setembro, o Peixe Urbano anunciou ter atingido a marca de 1 milhão de usuários cadastrados. Com isso, se for aproveitada na sua totalidade, poderá render ao site outros 5 milhões de usuários.

“A natureza da compra coletiva é desfrutar com amigos o melhor que cada cidade pode oferecer”, diz Julio Vasconcellos, diretor do Peixe Urbano.