Tecnologia de reconhecimento facial ainda não será lançada pelo Google

A Google criou um aplicativo de reconhecimento facial que pode fornecer todos os tipos de informações pessoais sobre as pessoas próximas de você, mas a empresa afirmou que não lançará a tecnologia por questões de privacidade.

De acordo com uma reportagem da CNN, esse reconhecimento facial seria parte do Google Goggles, um recurso existente no aplicativo Search que utiliza câmeras de smartphones para reconhecer objetos, escanear códigos de barra, traduzir textos e até mesmo resolver enigmas de Sudoku. O recurso de reconhecimento facial pode associar pessoas com perfis em redes sociais, como Facebook e Twitter, e fornecer outras informações disponíveis publicamente.

A CNN afirma que a Google não possui uma previsão de lançar o recurso e já teria começado a questionar como resolver esses problemas de privacidade, incluindo um sistema opcional que só reconheceria pessoas que permitissem isso.

É aí que as coisas ficam um pouco confusas.

Após a reportagem da CNN, a Google afirmou que os detalhes de privacidade foram baseados em uma conjectura imprecisa e exigiu uma retratação. “Como já dissemos no último ano, não vamos adicionar reconhecimento facial ao Goggles a menos que consigamos criar um forte modelo de privacidade para o recurso”, disse a gigante de buscas em um pronunciamento para o site Search Engine Land. “Nós não conseguimos criá-lo.”

A CNN, por sua vez, sustenta a reportagem, notando que a entrevista com um diretor de engenharia da Google, Hartmut Neven, estava registrada com um representante de relação públicas presente. “Além disso, nós temos uma gravação em áudio da entrevista, assim como a Google”, diz a emissora.

Vamos parar um pouco para passar isso a limpo. A Google não nega que tenha desenvolvido um recurso de reconhecimento facial. A companhia está apenas dizendo que não lançará a tecnologia a menos que consiga resolver possíveis problemas de privacidade. Mas a reportagem da CNN não afirma que a Google esteja lançando a tecnologia. Na verdade, ela diz que não há uma data de lançamento definida e que a companhia apenas começou a estabelecer como o elemento de privacidade funcionaria. E as palavras da declaração da Google (“Nós não conseguimos criá-lo.”) até sugerem que a empresa ainda está interessada em encontrar uma solução.

Talvez a Google esteja contestando a alegação da CNN de que os usuários teriam de optar para participar do recurso, mas duvido disso. Como parte do recente acordo da companhia com a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) sobre o Google Buzz, a empresa agora precisa perguntar aos usuários se aceitam antes de compartilhar suas informações. Se a Google chegar a lançar o recurso de reconhecimento facial no Goggles, muito provavelmente os termos do acordo com a FTC serão aplicados.