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Terça - 15 de Outubro de 2013 às 07:40

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A partir do ano que vem, todos os funcionários do governo federal, inclusive a presidente Dilma Rousseff, terão que usar um certificado digital para acessar a conta de e-mail. 

Isso porque o sistema Expresso, em sua terceira versão, a V3, será universalizado para todos os ministérios, autarquias e fundações até o fim do primeiro semestre do ano que vem. A Petrobras também entrará na lista dos órgãos que passarão a usar o sistema de segurança eletrônica, que permite o uso de e-mails, calendário, mensagens instantâneas para chat e videoconferência.

"É um sistema totalmente desenvolvido em software livre, portanto conhecemos tudo o que acontece dentro desses códigos. E isso nos dá a garantia de que os códigos fazem aquilo a que se propõem, não tem nenhuma porta dos fundos fazendo outras coisas. E toda a infraestrutura é do Serpro, operado pelos técnicos do Serpro. Então temos a garantia de que o tráfego das informações que estarão circulando são altamente protegidas”, explicou o diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazoni.

Segundo ele, o sistema é 99% à prova de invasão, pois na área da tecnologia da informação, nunca se pode falar em 100% de segurança. “Talvez tenha algum geniozinho de 14 anos de idade pensando em alguma coisa que nós ainda não pensamos”, disse. 

A presidenta Dilma Rousseff determinou a todos os órgãos do Governo Federal a adoção do Expresso V3, desenvolvido pelo Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados). A aplicação foi escolhida por garantir uma comunicação segura no governo, contando com criptografia e ambientes para tráfego e armazenamento próprios do Serpro. A determinação será publicada em um decreto nos próximos dias. Um cronograma será definido para que ministérios, autarquias, fundações e demais entes federais se adequem à nova norma até o segundo semestre de 2014.

Atualmente, 20% dos órgãos federais usam o sistema, entre eles os ministérios do Planejamento e da Fazenda. Os outros órgãos, inclusive parte da Presidência a República, usam sistemas como Microsoft e IBM para a troca de e-mails. As mensagens eletrônicas da presidenta Dilma Rousseff, por exemplo, são trocados pelo sistema Outlook, a Microsoft. O presidente do Serpro lembrou que os softwares desenvolvidos nos Estados Unidos obedecem à legislação daquele país, e permitem que as empresas possam acessar o conteúdo das mensagens.

Além da segurança, Mazoni aponta como vantagem para o uso do Expresso a diminuição do custo com as licenças necessárias para o uso dos softwares pagos. Segundo ele, para cada servidor federal, são gastos cerca de R$ 80 com licenças de programas privados de computadores. “Se levarmos em conta que temos cerca e 1,8 milhão de funcionários públicos, estamos falando de alguns milhões de reais em licenças que serão dispensados”, disse.

A universalização da implantação do e-mail seguro está sendo agilizada a pedido da presidente Dilma Rousseff, depois das denúncias de espionagem a mensagens telefônicas e eletrônicas de seu governo. Ontem (13), em mensagem na rede social Twitter, Dilma disse que determinou ao Serpro a implantação do sistema seguro de e-mails no governo federal. “Esta é a primeira medida para ampliar a privacidade e a inviolabilidade de mensagens oficiais. É preciso mais segurança nas mensagens para prevenir possível espionagem", disse a presidente em mensagens no microblog.

O governo também estuda a criação de um e-mail criptografado gratuito, que possa ser oferecido à população em geral. A ferramenta será desenvolvida pelo Serpro e oferecia pelos Correios.

Certificação

O Expresso V3 permite o uso de chaves e de certificados digitais que garantem a segurança no acesso ao e-mail e a certeza ao destinatário sobre a autenticidade do emissor. A certificação conta com técnicas de assinatura digital e criptografia que asseguram a integridade e a confidencialidade da mensagem. A aplicação também ganha em segurança por ser desenvolvida com inteligência nacional e com software livre, o que a torna auditável por qualquer cidadão – ao contrário de serviços de empresas que não preveem auditoria externa e cujos softwares podem conter códigos maliciosos de monitoração.

O Serpro possui redes, centros de dados e serviços de computação em nuvem exclusivos para órgãos federais, com toda sua infraestrutura instalada em solo brasileiro e submetida à legislação do país. O Expresso V3 vai operar em uma nuvem especializada em comunicação segura de governo, com tecnologias e regras que visam garantir a soberania nacional.

Recursos e funções

A ferramenta que será adotada por todo o governo é uma solução completa de comunicação com seis módulos: e-mail, catálogo de contatos, tarefas, calendário, mensagens instantâneas para chat e webconferência. A versão 3 do Expresso já é utilizada por mais de 10 mil empregados do Serpro e já começa a ser implantada no Ministério do Planejamento e na Presidência da República.

A webconferência e a webchamada são atrativos do Expresso. A webconferência garante o encontro de até 18 usuários em uma sala de reunião virtual com transmissão de vídeo e áudio. Por essas salas é possível trocar arquivos rapidamente e compartilhar a visão da tela de um computador específico, por exemplo, com uma apresentação de slides. A adoção da webconferência no V3 vai ao encontro da demanda crescente do governo por soluções de groupware, ou seja, por softwares que apoiem o trabalho em grupo.

Por que usar criptografia e nuvem própria?

Com a criptografia, as mensagens são transformadas em um emaranhado de caracteres ilegíveis enquanto trafegam até o destino final, isso impossibilita que terceiros possam ter acesso ao conteúdo do e-mail.

Os serviços de e-mail mais populares são oferecidos por companhias estrangeiras, que disponibilizam ou sublocam computadores conectados à internet (formando as estruturas de nuvem), mas distribuindo esses equipamentos em diferentes partes do mundo. Quando governos e empresas permitem que seus e-mails fiquem hospedados em sistemas fora das suas fronteiras, automaticamente se submetem às leis de outros países.

Software livre

O Expresso começou como uma customização da ferramenta eGroupWare, projeto colaborativo de código aberto que teve início na Alemanha, no ano 2000. Empresas brasileiras passaram a investir em customizações da ferramenta e a colaborar entre si em uma comunidade de profissionais interessados em melhorar o sistema. A versão 2 do Expresso disponibilizada por esse grupo atende a mais de 525 mil usuários, em 127 instituições, em diferentes países. O Serpro é um dos gestores dessa comunidade e, ao mesmo tempo em que investe continuamente em melhorias na versão oferecida ao governo, compartilha e troca conhecimento com o grupo de especialistas no software. A nova versão do Expresso, o V3, é baseado na tecnologia Tine 2.0, que é uma ramificação do eGroupWare.





Fonte: IDGNOW

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