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Quarta - 21 de Janeiro de 2004 às 09:05
Por: Cr0n0s

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No escritório do futuro, o empregado não terá mais de se preocupar com acidentes como café derramado sobre aquele importante relatório impresso – mesmo que esse documento seja único. Convites para o lançamento de um produto? Eles podem ser feitos na impressora a laser do escritório, à prova de falhas e falsificações. E, para completar, códigos de softwares serão armazenados em folhas de papel.Exagero? Pois esses exemplos têm como base novas tecnologias que estão no forno dos quatro laboratórios de pesquisa da Xerox. DataGlyphs é o nome da tecnologia que contorna o problema da
destruição acidental (ou não) de documentos. Ela utiliza “hieróglifos de dados” (os DataGlyphs, propriamente ditos) impressos em papel comum, com a incrível capacidade de armazenar informações digitais, superando em algumas centenas de vezes os dados guardados em códigos de barras.

Os DataGlyphs codificam informações em traços diagonais minúsculos, quase invisíveis ao olho humano. Para se ter um vaga idéia, cada traço mede um centésimo de polegada. Dependendo da inclinação do traço, ele representa 0 ou 1 em modo binário. A informação nesse formato pode ser impressa, com a ajuda de um aplicativo, em qualquer modelo de impressora e os traços podem ser escondidos em imagens (na imagem ao lado, só a primeira não contém informação escondida) ou no canto de uma página, tornando-se quase imperceptíveis ao leitor. Ou seja, um pequeno borrão na página poderá esconder um livro, um documento confidencial e até o código completo de
um software, por exemplo.

Já imaginou comprar um novo game que vem em papel? Ou, então, ativar controles Java gerados pelo manual de instruções? A ponte entre o papel e o mundo digital acontece quando o documento com os DataGlyphs passa por um scanner. Com a ajuda do programa GlyphSeals, as informações são decodificadas. Caso o documento em papel tenha passado por um acidente, o GlyphSeals alerta quando mais de 20% dos dados foram perdidos ou não
foram decodificados. “As informações ficam gravadas em um padrão cinza, em uma representação em PDF (portable document format) do documento,
como um arquivo anexo a um e-mail”, explica Jeff Breidenbach, que lidera o projeto DataGlyphs no Laboratório de Desenvolvimento de Sistemas Avançados do PARC (Palo Alto Research Center), na Califórnia.

“Ainda temos muito o que fazer, começando por torná-la imperceptível ao olho humano”, afirma. Some aos DataGlyphs tecnologias que incluem marcas d’água e outros recursos de segurança, como esteganografia, técnica para esconder informações dentro de outra). Misture tudo e o resultado será um método para criar impressos seguros feitos em casa, com impressoras a laser convencionais. “Conseguimos fazer isso com uma camada extra de toner”, informa Reiner Eschbach, pesquisador do Centro de Pesquisas em Imagens e Serviços de Tecnologia da Xerox em Webster, Nova York. A idéia dos Glossmarks é colocar camadas de proteção embutidas nos próprios documentos, garantindo sua autenticidade – e com custo reduzido, já que é impresso sem muita complicação. O resultado é
algo próximo a um holograma no papel.

Os PrinterMarks complementam essa tecnologia, escondendo mensagens nos documentos ou imagens. A olho nu, eles pareceriam normais. Mas com um filtro – um plástico diferenciado, por exemplo – surge a mensagem.

Com projetos que envolvem o desenvolvimento de novas impressoras ou tecnologias com tinta sólida, o fim do papel não está nos planos da Xerox. “Apesar de ser uma mídia temporária, com certeza o papel não sumirá nos próximos dez anos”, garante Sophie Vandebroek, engenheira-chefe da companhia.

Exercícios de futurologia

Mais três tecnologias em desenvolvimento nos laboratórios da Xerox, e uma que já chegou ao mundo real:

Dois-em-um - O monitor do computador ou um chaveiro com um LED comum são apenas alguns modos como as impressões Switch-a-View podem ser vistas pelo usuário final. A tecnologia da Xerox combina múltiplas imagens em cinza em uma única impressão. Ilumine o papel para ver a mágica. Com azul, surge uma imagem. Ao aplicar o vermelho, aparece outra. Há ainda a possibilidade de imprimir duas páginas de texto em uma.

Design automático - O Automated Document Layout organiza sozinho elementos de foto e texto em publicações. A pesquisa feita pela Xerox em Webster envolve um software que cria layouts de
documentos, usando um algoritmo. O programa aprende por tentativa e erro o que é bom e ruim em design e, com isso, “evolui”.

Alternativa ao silício - Uma novidade vinda do Parc pretende mudar a idéia de que monitores de cristal líquido (LCD) são caros e limitados em tamanho: são os Printed Organic Electronics. Uma
inkjet carregada com “tintas” especiais movida a polímeros semicondutores imprime padrões eletrônicos, criando circuitos em materiais simples como plástico. Os POEs podem substituir as caras estruturas baseadas em silício, presentes nos LCDs e em produtos eletrônicos. Em seu lugar, surgirão novos formatos de papel eletrônico ou mesmo telas de TV que podem ser enroladas e levadas de um lado para outro com facilidade.

MUNDO REAL – O papel eletrônico desenvolvido pela Gyricon/Xerox começou a ser vendido em novembro de 2003 os Estados Unidos. O produto usa partículas (foto) que se movimentam por impulsos elétricos para criar os textos.

Fonte: PC world




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