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Linux, Unix, BSD
Terça - 23 de Março de 2004 às 00:22
Por: Observador

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A Conectiva S/A, empresa brasileira que o mercado de informática do Brasil apostou que, no governo Lula, seria a grande fornecedora do Linux, sistema operacional de código aberto e rival do Windows, da Microsoft, está sendo colocada à venda.A empresa acreditava na possibilidade, que não deu certo, de o governo petista implantar rapidamente o software livre em toda a administração pública federal, garantindo, com isso, a exclusividade na distribuição do Linux e dos serviços embutidos (atualização, treinamento, suporte técnico etc).

O software livre é uma modalidade em que o código é aberto e disponível gratuitamente. Com isso, qualquer um que saiba programar pode alterá-lo, desde que coloque as modificações disponíveis publicamente. O Linux, maior exemplo de software livre, é mantido por uma cooperativa de milhares de programadores espalhados pelo mundo, que trocam informações pela internet.

Os técnicos de tecnologia do governo brasileiro responsáveis pelas compras de produtos de informática, entretanto, vêem o assunto sob outra ótica. Como eles já não aceitam o monopólio da Microsoft, que obriga o pagamento de licenças de uso do sistema operacional Windows, não querem cometer o mesmo erro com o Linux.

Embora não tenham de pagar pelo uso do Linux, seriam obrigados a gastar com a manutenção e o treinamento de pessoal, ou seja, acabariam no monopólio de uma empresa prestadora deste serviço, no caso: a Conectiva. Ela, no entanto, não é a única nem a maior a distribuir o Linux, produto que tem como símbolo um pingüim - a americana Red Hat é a maior empresa do setor, seguida da alemã Suse e a da francesa Mandrake.

Dentro do governo também cresce aos poucos uma consciência de que o país dispõe de pessoal amplamente capacitado para desenvolver sistemas operacionais para computadores, não necessitando mais da tutela de outros centros tecnológicos mundiais. Neste caso, queriam parceria com a Conectiva para desenvolver um produto verde-amarelo, e não ficar apenas a mercê da distribuição e suporte de uma empresa.

Hoje, um sistema operacional com base no Linux mas modificado localmente é desenvolvido na China, com o apoio de universidades.

O diretor de Produtos e Soluções da Conectiva S/A, Rodrigo Stulzer Lopes confirmou que a empresa está em busca de novos investidores. O processo de mudança na empresa está sendo comandado pelo sócio Jaques Rosenzvaig, atual diretor-executivo. O capital social é de R$ 27,4 milhões, formado pelo ABN AMRO Bank (Controlador), Latin Tech Capital, além de pequenos sócios-fundadores.

Stulzer não quis revelar se é o ABN quem está deixando a sociedade, ou se algum outro acionista decidiu vender sua participação. Nem mesmo a composição acionária é explicada pela empresa. Pela Lei das Sociedades Anônimas, o controlador detém 51% das ações com direito a voto.

No entanto, um outro fato chama a atenção para a composição societária da empresa. O ABN AMRO Bank é o controlador, segundo informou Rodrigo Stulzer. Mas, em cópias de atas de reuniões do conselho de administração da companhia, quem figura como controlador é a Conectiva Inc, empresa cuja sede fica no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, local não muito apropriado para uma empresa que deseja ser a fornecedora exclusiva de soluções de informática para o governo do PT.

Procurado pelo Jornal do Brasil, o ABN AMRO Bank não quis informar se está deixando efetivamente a sociedade ou apenas vendendo parte das ações e dividindo com outros possíveis sócios o controle da empresa.


Fonte: JB Online




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